Estenose aórtica: o Brasil é um dos países que mais está envelhecendo no mundo?
A resposta é sim. A população brasileira está envelhecendo cada vez mais, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2021, o Brasil possuía 212,5 milhões de pessoas, sendo 21,6 milhões destas o público de 65 anos ou mais de idade, ou seja, mais de 10% da população é formada por idosos. De acordo com o chefe de Serviço do + Cardio do Hospital São Lucas da PUCRS, Dr. Paulo Caramori, a melhora das condições socioeconômicas, médicas e de alimentação, que tem ocorrido nas últimas décadas no Brasil, mostra números impressionantes referente à tecnologia e à ciência e tem feito o brasileiro ter mais qualidade de vida.
“Ao viver cada vez melhor, existem doenças que estão associadas à longevidade”, ressalta o especialista. Uma dessas principais patologias é a estenose aórtica, um estreitamento que dificulta a abertura da válvula aórtica para a passagem do sangue. “A válvula aórtica é a principal válvula de saída do coração e, com o passar dos anos, tem a tendência de tornar-se obstruída. Aproximadamente 5% das pessoas com mais de 75 anos apresentam esse bloqueio na saída do coração e o único tratamento efetivo para esse problema é a remoção dessa obstrução, com a substituição da válvula”, complementa Caramori.
Apesar de ser caracterizada como uma doença silenciosa, a estenose aórtica possui alguns sintomas que devem ser monitorados, são eles: desmaio, dor ou pressão no peito, sensação de fadiga e falta de ar, entre outros. De forma geral, a doença é identificada durante a consulta cardiológica e, por meio do exame clínico e de imagem, um especialista pode confirmar o diagnóstico.
Devido à evolução da medicina, os tipos de tratamento para a estenose aórtica foram modificados para métodos menos invasivos. O cardiologista pontua que, até pouco tempo, a única estratégia possível de realizar era a cirurgia cardíaca convencional. “Nos últimos anos, estabeleceu-se o Implante Percutâneo de Válvula Aórtica (TAVI, do inglês transcatheter aortic valve implantion), uma cirurgia menos agressiva em que um médico coloca um cateter por meio da virilha do paciente e esse vai até o coração. Essa incisão faz com que se faça o concerto da válvula e, com a dilatação, o implante de uma nova válvula”, detalha.
Para Caramori, essa atualização é um grande avanço para os pacientes, especialmente os mais idosos que possuem dificuldade de se submeter a cirurgias delicadas e de grande porte. “O HSL realiza o TAVI desde 2009 e muitos pacientes já foram tratados com essa tecnologia. Hoje, com o avanço da maneira de tratamento, conseguimos fazer com que os pacientes que tenham estenose aórtica façam a internação em um dia, recebam o tratamento e possam ter a liberação em até dois dias, na maior parte das situações”, finaliza.
Mais informações
O Centro de Diagnóstico e Tratamento Intervencionista (CDTI) conta com uma equipe especializada e equipamentos de última geração oferecendo a mais completa estrutura para realização de procedimentos diagnósticos ou terapêuticos minimamente invasivos. No local, é possível realizar uma ampla gama de intervenções cardiovasculares, como implantação de stents coronariano e tratamento percutâneo da estenose aórtica, entre outros. Mais informações sobre agendamentos e consultas podem ser obtidas pelo telefone (51) 3320-3200, de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, e aos sábados, das 7h às 13h.