Entenda as seis metas de segurança do paciente e como ele pode ser protagonista do seu tratamento

Diretrizes fazem parte do Programa Nacional de Segurança do Paciente instituído pelo Ministério da Saúde 

 

Você já questionou, durante uma internação, quais são os dados que constam em sua pulseira de identificação ou quais os medicamentos estão sendo administrados em cada visita da equipe de assistência? Esses são alguns exemplos que se relacionam com as seis metas internacionais de segurança do paciente, que foram criadas no Programa Nacional de Segurança do Paciente pelo Ministério da Saúde.  

O objetivo dessas diretrizes é promover melhorias específicas na segurança do paciente por meio de estratégias que abordam aspectos discutíveis na assistência à saúde. De acordo com o médico do Hospital São Lucas da PUCRS e CEO da plataforma SAFETY4ME – utilizada no HSL PUCRS para a gestão da segurança e experiência do paciente – Dr. Salvador Gullo Neto, a segurança do paciente é uma preocupação importante em todas as áreas da saúde, incluindo hospitais, clínicas, consultórios médicos, farmácias, laboratórios e outras instalações de saúde. “A melhoria da segurança do paciente envolve a implementação de medidas para prevenir erros e melhorar a comunicação entre os membros da equipe de saúde, além de promover uma cultura de segurança do paciente em todo o sistema de saúde”, afirma. 

 

Confira as seis metas internacionais de Segurança do Paciente: 

 

Meta 1 - Identificação Correta do Paciente 

Todo profissional da saúde dentro do hospital deve saber identificar um paciente corretamente. Para isso, é utilizada a pulseira de identificação, que acompanha o paciente durante toda jornada de internação e precisa conter pelo menos dois identificadores: nome completo e data de nascimento. Assim, quando um profissional for administrar algum medicamento ou realizar um procedimento, deve conferir a pulseira de identificação. “Todos os profissionais precisam realizar a conferência e isso não significa que não conheçam o paciente, esse é um processo extremamente importância para segurança”, explica.  

 

Meta 2 - Comunicação Efetiva 

A comunicação entre profissionais e pacientes deve ser efetiva. Por isso, é importante que as pessoas saibam com precisam as demandas que devem ser realizadas, assim como devem repassar e trocar informações de maneira correta. “Se o paciente não entender algum procedimento, deve perguntar ao médico ou à equipe assistencial, pois é direto de o paciente ter envolvimento no tratamento”, ressalta. 

 

Meta 3 - Melhorar a Segurança dos Medicamentos 

É importante realizar a conferência dos medicamentos que serão administrados pela equipe assistencial. “O paciente precisa saber que ele faz parte da equipe, por isso, questione qual é o remédio, qual é a dosagem, para que o medicamento serve e, em caso de dúvidas, questione ao seu médico”, alerta.  

 

Meta 4 - Cirurgia Segura 

Antes de realizar um procedimento cirúrgico, é importante que aconteça um diálogo entre a equipe médica, assistencial e o paciente para debater todos os benefícios e potenciais acontecimentos que podem ocorrer antes do procedimento. “Por isso, é importante reservar um tempo de conversa para ler e assinar o termo de consentimento informado e esclarecido, que é um formulário onde é possível registrar e esclarecer dúvidas”, destaca.  

 

Meta 5 - Reduzir o Risco de Infecções Associadas aos Cuidados 

Lavar as mãos antes de entrar em contato com o paciente é uma das principais formas de evitar infecções no ambiente hospitalar. “Nós temos que lavar as mãos com água e sabão por cerca de um minuto, considerando todas as partes da mão, embaixo das unhas, entre os dedos, nos punhos e, por fim, uma higienização completa das mãos antes de fazer um procedimento ou entrar em contato com o paciente”, pontua. Além disso, ele complementa que a higiene com álcool 70% funciona da mesma forma, desde que respeitada a técnica de higienizar toda a superfície das mãos.  

 

Meta 6 - Reduzir o Risco de Danos aos Pacientes Resultantes de Lesões por Pressão e Quedas 

“Existe uma preocupação durante a internação do paciente que é o risco de queda. Para isso, existem algumas dicas para que o paciente auxilia a equipe assistencial”, demonstra. 

  • Procure não deixar o quarto completamente escuro à noite; deixe uma luz indireta para que seja possível visualizar o ambiente caso acorde durante a noite. 

  • É importante que a grade da cama esteja sempre elevada para que não tenha risco de cair durante o sono. 

  • Existe uma campainha de chamada da equipe de enfermagem que deve estar ao alcance do paciente na posição deitada. 

  • Evite utilizar sapatos escorregadios. 

  • Peça ajuda para o caso de precisar sair da cama, pois durante uma hospitalização, o paciente pode se sentir mais frágil em função do estado nutricional.